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Pós-Pandemia

Este é o tema que há muito tempo aguardávamos escrever. Estamos certos que também é o mais esperado. É o momento do final do confinamento, da “liberdade”, de muitos poderem regressar ao trabalho… mas será realmente assim? Podemos realmente falar em “pós-pandemia”? Ou o mais correto será dizer “Pós-estado de emergência”?

Embora as estatísticas estimem que o risco de contágio reduziu, o vírus ainda é uma realidade. Iremos abandonar a quarentena mas terão que ser vários os cuidados de particulares e empresas para que este “regresso” seja um regresso seguro! Ansiamos tanto por este momento mas estaremos realmente preparados? Uma coisa é certa o mundo lá fora não será exatamente igual aquele que conhecíamos.

Da mesma forma que a quarentena nos obrigou a criar novos hábitos e rotinas, também este regresso associado ao final de estado de emergência terá exatamente o mesmo efeito. Todos os órgãos de comunicação social têm alertado (e bem) para os cuidados a ter a partir de dia 2 de maio: os cuidados de saúde, de higiene e o distanciamento social continuarão a fazer parte do nosso vocabulário e de uma forma ainda mais acentuada. O êxtase e o medo podem fazer parte das emoções dominantes e consideramos fundamental cada um estabelecer o próprio equilíbrio sob pena de prejuízos para a saúde física, mental e emocional.

Apesar de estarmos há muito tempo à espera deste momento, é possível que vários portugueses possam sentir pânico de sair de casa. Estima-se ainda que ocorra um aumento de casos de depressão, tendências suicidas e de perturbação obsessiva-compulsiva. Recorde-se que a ansiedade é uma das perturbações mentais que mais afeta os portugueses, e pode continuar a sua ascensão num terreno mais fértil. Pessoas que sofriam de ansiedade são também suscetíveis a crises que se podem manifestar em ataques de pânico, fobia social e stress pós-traumático, sendo os profissionais de saúde um possível grupo de risco. Todo este cenário pode ter como resultado um aumento no consumo de psicofármacos, mas é fundamental os Portugueses entenderem que o recurso ao Psicólogo poderá ser a melhor escolha para lidar com questões emocionas destruturadas, vítimas de uma situação anómala, entre outras.

As crianças continuam a ser um grupo de risco que necessita de especial atenção. Como refere a Psicóloga Elayne Nogueira “Os filhos pequenos podem apresentar sintomas de medo e ansiedade infantil porque não entendem muito bem o que se está a passar, mas percebem as diferenças entre as pessoas. É importante explicar às crianças numa linguagem adequada o que se está a suceder. No caso dos adolescentes também poderão apresentar sintomas de ansiedade ou depressão, que devem ser observados e acompanhados pelos pais e, se necessário, um profissional de saúde mental”.

Este final de estado de emergência, embora muito aguardado também traz consigo muito desconhecimento e preocupação. É urgente começar a definir-se estratégias para as pessoas poderem lidar emocionalmente da forma mais saudável possível. A Pandemia trouxe mudanças profundas na nossa vida e elas continuarão a ser sentidas por mais tempo.

No entanto, devemos salientar que, ao vencermos uma importante batalha contra o vírus é o primeiro grande passo para vencermos a guerra!


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PROFISSIONAIS

Dr. Miguel Aleixo

Psicólogo Clínico e da Saúde

Dra. Leandra Rabaça

Psicóloga Clínica e da Saúde

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